terça-feira, 1 de maio de 2012

BOM PASTOR

Ontem fui à missa e entre outras coisas, ouvi na leitura do Evangelho que Jesus Cristo é o Bom Pastor. Pastor? Sim pastor, aquele que apascenta as ovelhas, aquele que dá a vide para as salvar das garras dos lobos. Mas bom. Bom porque também há pastores maus, aqueles que se distraem e que se preocupam mais com a lã que tosquiam, do que com os pastos que permitem o sustento do rebanho. E se esquecem de as proteger dos lobos. Em oposição aos bons pastores, há os pastores mercenários. Aqueles que em vez de procurarem pastos saudáveis para o bom rendimento do rebanho se preocupam principalmente com o lucro fácil e rápido. Tosquiam as ovelhas até fazer sangue (retiram-lhes subsídios e baixam-lhes os salários). Não protegem o rebanho dos lobos (instituições de crédito e negociantes sem escrúpulos que vivem há custa de habilidades) e quando algo corre menos bem, correm a recompensar os lobos (injeção de capitais na banca) e abandonam os rebanhos à sua sorte. As Sagradas escrituras estão cheias de escritos sábios, mas uns não os leem e outros rapidamente se esquecem do que leram. Como é possível tanta desfaçatez e tanta falta de vergonha e de carácter? Como é possível que os nossos governantes que apregoam a defesa do POVO, não saibam bem o que isso é? Como pode ser que uns (de direita, do centro ou da esquerda) quando estão na oposição digam exatamente o oposto daquilo que fazem quando detém o poder? Muitas vezes penso que alguns, poucos, são gente séria e bem-intencionada, mas isso traz outra constatação (segundo o principio de Peter) são incompetentes, o que também é mau. Dizia o meu avô, QUEM NÃO TEM COMPETENCIA, NÃO SE ESTABELECE. Parece-me bem que há muito incompetente estabelecido ao mais alto nível. Que Deus nos livre deles, quanto mais depressa melhor.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

BENEFICIÊNCIA

Uma das frases mais abomináveis e que sempre me incomodou foi: ISTO É UMA EMPRESA, NÃO É UMA ASSOCIAÇÃO DE BENEFICIÊNCIA. Claro que uma empresa é para dar lucro, independentemente dos problemas e satisfações dos seus empregados. É aqui que o relacionamento interpessoal e o gosto pelo trabalho são cortados de modo violento, pouco importa a satisfação de quem trabalha. Enquanto a relação entre empregador e empregado for tão impessoal como isto, não há hipóteses de lucro para qualquer um dos lados. A minha opinião, acerca da relação laboral, é de que há um dos lados que tem 50, aplica e obtém outros 50 de lucro. Dá 5 a quem fez o trabalho e arrecada para si os restantes 45. Quem recebe os 5 vai pagar impostos e descontos para a S.S. que em média rondam os 30%. Quem arrecada 45, declara uma infinidade de despesas em favor sempre da empresa (será?) e paga impostos por uns resíduos. As empresas dão sempre prejuízo ou lucros irrisórios. Em algum tempo estes valores vão sendo multiplicados várias vezes, de modo que quem investe em poucos anos arrecada milhões, ao passo que quem produziu esse valor, gastou o pouco que ganhou, na sua subsistência e comprando inclusive artigos que produziu e que deram lucros elevadíssimos a quem investiu. Que raio de humanidade é esta em que uns tantos (poucos) engordam à custa de muitos que muitas vezes nem conseguem fazer face às suas necessidades? Que humanidade é esta em que quem adquire por herança valores tais que nunca produziu, continua a contratar outros para aumento elevado dos lucros dando em troca uns restos. Pior que isto tudo é que quando as crises aparecem, os donos do dinheiro vão para outras paragens deixando, quem os ajudou nos lucros, no desemprego. E aqui é que aparece a famigerada frase de que as empresas não são associações de beneficência. Modernamente isto quer dizer que cada um que se safe como puder. Que vá roubar ou que morra. O mais caricato de todo este negócio, é que como isto tudo depende das relações da compre e venda, se o desemprego aumenta, se quem trabalha ganha menos se o poder de compra baixa, imediatamente os lucros de quem produz tem que baixar. Será que os investidores percebem isto? Há alguns, poucos, que sabem isto outros, provavelmente por falta de inteligência, preferem fazer como a avestruz.