segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Respeito

respeito
(latim respectus, -us, acção de olhar para trás, espectáculo, atenção)
s. m.
1. Sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém.
2. Apreço, consideração, deferência, obediência, submissão, temor, medo.
3. Temor do que os outros podem pensar de nós.

Isto é o que diz o dicionário Priberam da língua Portuguesa.
Ora, agora fico espantado, cada vez que ouço os homens do futebol dizer: nós respeitamos muito o adversário. Será? Não sei bem porquê dá-me vontade de rir.
Não sei se é por ser mentira, se é por não saberem o que quer dizer a palavra.
Que leva esta gente a utilizar tão mal a língua Portuguesa? Será que não há palavras para aquilo que eles querem dizer?
Penso que seria preferível, dizerem que: Nós somos fortes, mas há sempre algum cagaço. Afinal é mesmo isso que eles querem dizer. Então porque usam respeito que é outra coisa bem diferente?
E o mais interessante disto tudo, é que o futebol, é o desporto em que mais se desrespeita o adversário e o árbitro. Lembremo-nos dos epítetos que são dirigidos às mãezinhas destes elementos mesmo que elas nada tenham que ver com o fenómeno desportivo.
Vivemos num mundo de faz-de-conta e todos os dias somos surpreendidos com agressões á língua, até por quem dela faz o seu modo de vida, o que é ainda mais grave. Enfim, são os sinais dos tempos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Provedor do telespectador

Há dias enviei este comentário ao provedor do telespectador:
Será necessário que a jornalista que hoje noticiou a queda de um avião nos EUA, para alem de dizer que morreram (x) pessoas, diga que estavam corpos ensanguentados espalhados pelo local?
Perdoem-me as palavras, mas isto não é informação, é estupidez.
Eu que gosto tanto de ver os telejornais, vejo-me condicionado pelo facto da família se recusar e ver e ouvir tais coisas.
À hora do jantar, estarem a explicitar os acidentes mais horrendos com palavras e imagens, parece-me de muito mau gosto.
Noticiem mas evitem explicações que nada acrescentam às notícias.
A RTP presta serviço publico, deixem para os outros a exploração de sentimentos. Por isso é que eu não os vejo.
Cumprimentos,
J. Paulo

A resposta foi esta que me recuso a classificar;
Estimado J. Paulo
Não me parece que a expressão "corpos ensanguentados" seja ofensiva ou especialmente carregada.
Não é a informação da RTP que fabrica os acidentes. São coisas que acontecem e que devem ser relatadas.
Sugiro que não faça coincidir a sua refeição e a dos seus com os telejornais. Antecipe-a ou remeta-a para mais tarde. Verá que é uma boa sugestão e que poderá melhor usufruir da companhia dos seus em momentos sem desgraças.

Homofobia???

Ontem no aeroporto assisti a uma cena engraçada.
Uma dupla de homens (porque casal para mim é outra coisa) estava sentada no bar da zona de embarque, a lanchar.
Durante o lanche comiam e bebiam, intercalando a comida com beijos prolongados com a boca cheia. A certa altura um deles mastigava uma sandes e através de um beijo prolongado transferia a comida mastigada para a boca do outro. Claro que isto na frente de toda a gente que estava a lanchar no bar.
Se tivesse visto isto entre um homem e uma mulher ia achar um nojo.
Porque razão me vão chamar de homofóbico por achar que os homossexuais uns exibicionistas?
E depois esta gente quer ser vista como se de algo normal se tratasse. Alguém normal tem comportamentos destes em público? Penso bem que não. E as pessoas vão gramando estes filmes em público, sem que alguém se interessasse por saber se isto incomoda.
Se calhar sou eu que estou fora de moda, graças a Deus.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Merecimento

Merecimento
Com frequência aparecem anúncios publicitários, a oferecer vantagens e inevitavelmente aparece o chavão, “PORQUE EU MEREÇO”.
O merecimento banalizou-se de tal forma, que atitudes extraordinárias deixaram de ter merecimento, ao passo que qualquer pessoa que nunca fez nada de extraordinário merece ser bela, ser tratada com todo o carinho, ser (pintada, cromada e polida) e viver eternamente em ocioso repouso, e exaltada em capas de revistas de conteúdo duvidoso ou mesmo de jornais aparentemente sérios.
O merecimento deixou de ser apanágio de pessoas que para além do cumprimento dos seus deveres cívicos morais ou religiosos, se entrega ao bem comum nas mais diversas áreas.
Hoje em qualquer lado tropeçamos com os slogans, Você merece, Nós merecemos, qualquer coisa que é fruto da banalidade das atitudes mais mesquinhas.
As atitudes caritativas, altruístas e de amor pelos outros perdeu o direito ao merecimento. Este direito fica reservado a quem, casa e descasa, veste desta marca ou daquela, besunta a cara com este ou aquele creme tem alguns centímetros a mais de altura ou consegue fazer palhaçadas que sejam notícia vendável.
Triste mundo este em que vivemos, em que cada vez mais valemos menos, não pelo que somos, não o que produzimos, mas o que consumimos.
E atrás disto, vai a educação dos nossos jovens, que bem cedo vão exigindo coisas “QUE MERECEM” mesmo quando os pais se esfalfam para colocar o alimento na mesa.
Todos merecem tudo, ninguém tem obrigações.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

RELAÇÕES LABORAIS

RELAÇÕES LABORAIS

O mundo laboral está cada vez pior.
Cada vez estou mais descrente desta humanidade miserável que se move como lesmas em pântanos, que cheira mal e nos causa náuseas.
Vivemos num mundo em que o respeito pelos outros desapareceu.
A política laboral, é a de empurrar as pessoas com mais de 45 anos para que se vão embora e os que persistirem acabam por perder anos de vida com stress e desequilíbrios neurológicos.
Em contraponto, os mais novos com ligações precárias ás empresas, são pressionadas para todo o tipo de trabalhos e horários, com ameaças constantes de despedimentos, gerando entre si competição desonesta em que vale tudo.
Os atuais gestores, são os negreiros do século XXI. A escravatura mudou de face, mas nem por isso deixou de ser execrável.
Este mundo de consumismo e capitalismo selvagem onde só o lucro vale e as pessoas são meros números, vai acabar mal.
O que teria acontecido a estas mentes perversas, que não conseguem ver a armoria, o trabalho produtivo e o lucro de empresas que tratam os funcionários como preciosidades, pagam bem e ainda contribuem abundantemente para fins sociais?
E não se pense que me refiro a empresas de Marte ou de outro mundo distante.
Não, falo de empresas da nossa terra como os Cafés Delta do Comendador Rui Nabeiro, ou até de multinacionais como a IKEA, entre muitas outras.
Empresas produtivas que tratam bem os seus colaboradores.
Nunca teriam dito aos maus gestores que gente contente produz mais? Ou será que são maus e cruéis, para exaltarem o seu EGO doentio?
Um conselho para quem passa a vida a desrespeitar o próximo. Suicidem-se. Nem sabem o contributo que davam à sociedade.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A NOSSA CULTURA

Onde está a nossa cultura?
Desde miúdo que me habituei a certas maneiras de nos tratarmos uns aos outros. Não era melhor nem pior que a dos outros, era a nossa maneira de ser.
Hoje inexplicavelmente vejo que estamos a sofrer uma aculturação que nada tem que ver (não a ver) connosco mas com outras culturas, nomeadamente com o Brasil.
Primeiro, foi tratar as senhoras, não por dona fulana mas por senhora fulana. Hoje todas as senhoras são senhora Maria e os homens deixaram de ser o senhor, nome de família, para passar a ser o senhor José ou o senhor Manuel.
Longe vão os tempos em que os Brasileiros diziam que os Portugueses tinham todos o nome de arvoras: snr. Pereira, Snr Castanheira, snr. Pereira, snr. Oliveira, etc. etc.
Melhor ainda, éramos o snr nome próprio, mais nome de família. Snr. Manuel Oliveira ou snr. Pedro Castanheira.
Cada povo tem a cultura que lhe é intrínseca e mal vão os tempos em que deixamos de ser nós, para sermos o que os outros nos impingem. Estou a lembrar-me do recente acordo ortográfico.
Outro dos males do nosso tempo, são a formatação em que podemos cair, quando se pergunta uma coisa, para que quem responde, responda o que quem pergunta quer ouvir. E isto acontece todos os dias nos média.
Perguntas parvas com respostas parvas. Será que quem responde não tem vontade própria, para responder o que pensa? Parece que vivemos todos num mundo amorfo em que qualquer um percebe tudo, mesmo antes de ser dito.
Outro dos hábitos modernos, é responder em nome dos outros, não no nosso. Pergunta: então você sente-se bem neste País? Resposta: Tu chegas a um País com língua diferente….etc. Então a resposta é em nome do entrevistado ou do entrevistador?
Para além de tudo isto, é usual, que ao sermos atendidos, num qualquer lugar, em vez de senhor ou senhora, sermos chamados por você. Muitas vezes por rapazitos quando se dirigem a pessoas da idade do seu pai ou avô.
Mas, todos estes considerandos hoje em dia são caretices, não é?