sexta-feira, 27 de abril de 2012

BENEFICIÊNCIA

Uma das frases mais abomináveis e que sempre me incomodou foi: ISTO É UMA EMPRESA, NÃO É UMA ASSOCIAÇÃO DE BENEFICIÊNCIA. Claro que uma empresa é para dar lucro, independentemente dos problemas e satisfações dos seus empregados. É aqui que o relacionamento interpessoal e o gosto pelo trabalho são cortados de modo violento, pouco importa a satisfação de quem trabalha. Enquanto a relação entre empregador e empregado for tão impessoal como isto, não há hipóteses de lucro para qualquer um dos lados. A minha opinião, acerca da relação laboral, é de que há um dos lados que tem 50, aplica e obtém outros 50 de lucro. Dá 5 a quem fez o trabalho e arrecada para si os restantes 45. Quem recebe os 5 vai pagar impostos e descontos para a S.S. que em média rondam os 30%. Quem arrecada 45, declara uma infinidade de despesas em favor sempre da empresa (será?) e paga impostos por uns resíduos. As empresas dão sempre prejuízo ou lucros irrisórios. Em algum tempo estes valores vão sendo multiplicados várias vezes, de modo que quem investe em poucos anos arrecada milhões, ao passo que quem produziu esse valor, gastou o pouco que ganhou, na sua subsistência e comprando inclusive artigos que produziu e que deram lucros elevadíssimos a quem investiu. Que raio de humanidade é esta em que uns tantos (poucos) engordam à custa de muitos que muitas vezes nem conseguem fazer face às suas necessidades? Que humanidade é esta em que quem adquire por herança valores tais que nunca produziu, continua a contratar outros para aumento elevado dos lucros dando em troca uns restos. Pior que isto tudo é que quando as crises aparecem, os donos do dinheiro vão para outras paragens deixando, quem os ajudou nos lucros, no desemprego. E aqui é que aparece a famigerada frase de que as empresas não são associações de beneficência. Modernamente isto quer dizer que cada um que se safe como puder. Que vá roubar ou que morra. O mais caricato de todo este negócio, é que como isto tudo depende das relações da compre e venda, se o desemprego aumenta, se quem trabalha ganha menos se o poder de compra baixa, imediatamente os lucros de quem produz tem que baixar. Será que os investidores percebem isto? Há alguns, poucos, que sabem isto outros, provavelmente por falta de inteligência, preferem fazer como a avestruz.

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